¹"Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. “Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração.” Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível…” Otimismo é alegria “por causa de”: coisa humana, natural. Esperança é alegria “a despeito de”: coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce. Basta-lhe um morango à beira do abismo. Hoje, é tudo o que temos ao nos aproximarmos do século XXI: morangos à beira do abismo, alegria sem razões. A possibilidade da esperança …”
Rubem Alves
Texto produzido em 14 de abril de 2014. Ainda aplicável hoje. Todos os dias.
Ilógica pode ser uma forma gentil de se referir à ideologia por meio da qual eu ministro meus relacionamentos. Não especificamente dessa vez, veja bem, o amor que eu nutro pôde sempre ser classificado como estúpido. Cego não: foi um dia, hoje usa óculos. Apenas estúpido, burro, grande e inegavelmente esperançoso.
E é a esperança que dói. Aquela história de morangos na beira do abismo¹ e tudo mais. A não completa desistência ainda, o limite que de alguma forma não deu as caras mesmo depois de tudo. Eu sou um poço imensurável de passividade mesmo, um poço de perdão. Eu xingo, desligo na cara, bato porta, grito, choro, rodo a baiana, mas se me seduzir sendo bonzinho, eu vou, sorrindo. Pequenos momentos que se fazem válidos e me seduzem. Eu vou, a cada passo sentindo internamente o quanto eu e o meu amor somos dois teimosos do caralho que adoram ter pequenas lágrimas nos olhos. Eu vou, eu e meus morangos do abismo. Inclusive acho que é a ingestão desses morangos que estão apertando minha garganta.
A Pia é triste ainda, e grandíssima parte das pessoas não faz ideia. Segredinho meu com Deus.
E é a esperança que dói. Aquela história de morangos na beira do abismo¹ e tudo mais. A não completa desistência ainda, o limite que de alguma forma não deu as caras mesmo depois de tudo. Eu sou um poço imensurável de passividade mesmo, um poço de perdão. Eu xingo, desligo na cara, bato porta, grito, choro, rodo a baiana, mas se me seduzir sendo bonzinho, eu vou, sorrindo. Pequenos momentos que se fazem válidos e me seduzem. Eu vou, a cada passo sentindo internamente o quanto eu e o meu amor somos dois teimosos do caralho que adoram ter pequenas lágrimas nos olhos. Eu vou, eu e meus morangos do abismo. Inclusive acho que é a ingestão desses morangos que estão apertando minha garganta.
A Pia é triste ainda, e grandíssima parte das pessoas não faz ideia. Segredinho meu com Deus.
Pretendo que essa seja uma das últimas postagens do bloguinho... ultimamente venho querendo manter meus fluxos de pensamentos só pra mim, apesar da sensação de desabafo que o Crying in the Pia me proporcionou nesses anos e ainda proporciona de forma mais tênue. Ao longo dos anos desde a criação deste blog, eu aprendi que chorar quase nunca resolve nada -por mais que eu continue chorando horrores esporadicamente- , e fico um pouco feliz de encerrá-lo reparando que digivolvi nesse aspecto.
Não sei ao certo quantas pessoas ainda me leem, quem em sã consciência dedica parte do tempo corrido pra dar uma olhadinha no que eu penso, mas ainda sim: obrigada por serem interlocutores do meu mimimi e ficarem aqui comigo mesmo quando eu fui tudo, menos legal, justa e sã em meus devaneios. Perdão por isso.
Acho que a gente ainda se fala por aí.